No jardim das tuas mãos
Um dia semeei beijos
Colhi sonhos e desejos
Dancei vivo de vida
Numa lágrima adormecida
Nesse jardim secreto
Que afaga-me o peito
Um dia nessas mãos
Trouxeste-me o mundo
Tão leve e fecundo
Tão puro e cristalino
Inocente e libertino
De seda aveludada
Tão delicada…
Nesses finos dedos
Teci teia de flores
Onde atei medos
Lamentos e dores
E fui feliz na verdade…
Nessas mãos que agora
É uma saudade
Que em mim chora…
Miguel Gonçalves
“Usamos os espelhos para ver o rosto e a arte para ver a alma.”
( George Bernard Shaw )