Receio adormecer (o amanhã chegará depressa…)
A noite corrói-me a carcaça submersa
No leito de formol onde o pensamento dispersa.
O ruído do silêncio aterroriza a escuridão
Cada passo do respirar golpeia-me o peito
E este breu torna-me rarefeito…
Sinto o amanhã como o ontem
Uma noite que passará e uma vida que fica
Neste remoer dos dias…e a consciência estica…
Mas quando o sol nascer irei encobri-lo
Mergulhá-lo no copo negro da realidade
E a noite será perpétua na sua verdade!
Não… irei guardá-lo nas mãos trémulas…
Assim sei que meu corpo persiste
Pois temo tudo o que não existe!
Miguel Gonçalves
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